terça-feira, 6 de março de 2012

AOS PAIS

   O texto abaixo é dedicado a todos os pais e àqueles ansiosos pela paternidade. Espero que gostem e reflitam assim como eu, mãe de duas meninas, cheia de dúvidas em relação à sua educação, meus atos, o que é certo ou errado. E se é que tem o certo ou errado realmente, o que fazer?
   Acho que essa resposta ninguém pode nos dar, mas penso também que a simples reflexão sobre o assunto já é um grande passo para iniciar esse caminho tão cheio de interrogações.
   Peço licença ao nosso diretor, escritor e companheiro Inivaldo Gisoato para publicar aqui suas sábias palavras sobre o tema. Aproveito também a oportunidade para agradecer-lhe por esse momento de reflexão, de tamanha importância em nossas vidas.
   Para saber um pouco mais siga o link   http://inivaldogisoato.blogspot.com


Vamos ser sinceros: quem realmente tem capacidade para se dedicar a uma criança como deveria. Faça a análise antes de ter uma.


Será que todos os seres humanos precisam ser pais? Não sei. Cuidar bem de uma criança, além de ser de sumária importância, dá um trabalho danado. Crianças choram à noite, nem sempre dormem bem, precisam de cuidados especiais, de limpeza, de banho, alimentação, ser educadas e acompanhadas até idade adulta. E, principalmente: crianças precisam da presença dos pais. Sobretudo as menores, que requerem a mãe na maior parte de seu tempo. Não dando dois beijinhos pela manhã antes de ir para a creche, ou colocando a criança para dormir à noite, que será possível transmitir segurança, afeto e tranqüilidade. Alguns dizem: “o que interessa é a qualidade do tempo que passamos juntos e não a quantidade”. Se for assim, então diga ao seu chefe que você vai trabalhar apenas meia hora por dia, mas com muita qualidade. Certamente ele não vai gostar. Seu filho também não.
Sejamos sinceros, nem todo mundo está disposto a arcar com esse ônus. Talvez seja melhor adiar um projeto de maternidade, e mesmo abrir mão dessa possibilidade, do que ter um filho ao qual não se pode dar atenção, carinho e presença constante. Lembre-se que é preciso dedicar um tempo razoável: brincar junto, fazer deveres de casa, educar, colocar limites.
Como fazer tudo isso e ainda continuar no mercado de trabalho? Usando seu horário de almoço para comer junto com seu filho. Fazendo visitas na creche durante o dia. Passeando no final de semana, em atividades em que a criança seja prioridade, como praia, parques, jogos em conjunto. Por favor, isso não inclui shopping Center.
Sou obrigado a fazer tudo isso? Claro que não. Mas ser pai e mãe também não é uma obrigação. Trata-se de uma escolha, e como toda escolha, pressupõe que você abra mão de outras tantas. O que se propõe? A volta da mulher à condição de dona de casa? Também não. O que se propõe é a conscientização da paternidade e maternidade. A infância determina a vida de todos nós. Ela é fundamental para existência humana. Na esfera psíquica, os primeiros dois anos significam a base da construção de uma personalidade saudável. A violência, a agressividade, a falta de ética, a moralidade dos tempos modernos não são apenas fruto de dificuldades econômicas e sociais, mas da falta de amor, educação, limites.
Com a vida moderna as crianças passaram ocupar um papel secundário ou terciário na vida familiar. Lembrem-se que o futuro da humanidade dependem dessas crianças. Fico triste quando os pais nunca tem tempo de ir à escola para acompanhar a educação das crianças e adolescentes. Em muitos casos casais colocam a necessidade da maternidade a conceitos: - para não ficarem sozinhos na velhice – como se filhos fosse seguro anti solidão, em outros casos serve mais para mostrar às pessoas a masculinidade ou a fertilidade.
Após uma análise tranquila na possibilidade de ter ou não ter filhos, tenho certeza de que o mundo irá melhorar.

Baseado no livro A Criança Tercerizada do médico pediatra José Martins Filho.

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